domingo, 23 de outubro de 2016

Servidão humana e mudança de hábitos

Invejo quem tem muito amor e não sabe, como verdadeiramente sou, por isso tenho raiva das coisas boas e da luz do dia que brilha todas as horas desde o amanhecer...
Ninguém sabe como a dor entrou na minha vida, arrombando a porta fechada do meu coração...
Minha mocidade foi uma coisa vã, sem graça perdida nos caminhos da desgraça...
Sinto, desde a infância, o frio me cortando a alma nas tardes quentes de verão e garanto, que nada disso é ilusão...
Sinto falta dos beijos que nunca me ofertastes, e meus lábios estão roxos da sofreguidão do seu amor e do seu carinho...
Sinto a dor se avizinhando de meu coração, de minha alma, e a tortura é tanta, que parece que estou demente, que perdi a razão e vem, então, uma vontade louca de gritar, espernear e chorar...
Que digam de mim o que quiserem, essas pessoas que não sabem o que é uma paixão, mas, pouco me importa se sabem ou não...
Os meus dias e horas são todos iguais, a tristeza é que me acompanha como uma sombra, e bem profundo é o tédio do meu viver...
A dor e a melancolia não me deixam em paz e se corro, apressado, elas apressam o passo e vem atras, coladas em mim como se fossem carrapatos...
Minha vida é um moto contínuo, que parece que vai durar eternamente, brincando com minhas dores como se fossem flores de um jardim despedaçado pelo vendaval...
Estou cansado de voar no arrebol dos meus pensamentos, esperando a noite negra, que não chega nunca, para me envolver no seu manto sombrio...
O que esperar da vida senão o niilismo fatal da morte?...
O meu sonho se fundiu na dor da amargura da noite escura. Tudo que, realmente sinto, não posso te dizer, pois, só me fará sofrer cada vez mais...
Tu e a vida pregressa, findaram no meu ser, e já não sou mais eu quem vive...
Foram-se as minhas ambições e meus sonhos, e já não tenho a gula das alegrias passageiras, dos prazeres da carne e dos sonhos acalentados no coração, cheio de esperança, que faz sua morada no passado, mas, vivendo no presente na expectativa de um  futuro melhor...
Não vou pedir que me seja dado a extrema-unção na hora da minha morte, pois, mudei de religião, e acho que essa foi a minha sorte...
Quem vive pela matéria, desquitado do amor e do perdão, só conhece a solidão e a desilusão, e isso é um fato, outras assertivas são boatos...

Tudo isso aconteceu no meu pretérito, recente, como sói acontecer com outras pessoas, e sendo essa a minha história, posso lhes dizer que cumpri, rigorosamente, com o meu fadário, pois, fui pelas palavras de Jesus, salvo das mazelas da alma, desde que entendi a razão das Suas dores no caminho do calvário! 
Hoje sou um homem novo: Mais calmo, mais tolerante, mais compreensivo...
Houve uma transformação dentro de mim e, hoje, já não sofro tanto, pois, é Ele que habita em meu coração e me dá vida, vida em abundância...
E só o porvir testemunhará as minhas palavras e a minha mudança de hábitos!
E tenho dito!

Itanhaém, 24 de out. de 2016

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo Jardim )

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Filosofia paradoxal

Deveríamos odiar a quem amamos e amar aqueles que odiamos, pois, o pensamento que me leva ao seu tirocínio pode ser resumido na observação simples e incontestável de que, quem nos faz sofrer muito mais nesta vida são, justamente, aqueles a quem amamos, tornando os nossos dias cheios de dor e amargura pela decepção, traição e desdem, que passam a fazer morada nos refolhos da nossa alma, ferida e dolorida de tantos reveses incompreendidos...
Ora, inimigo que a gente conhece e sabe quem é, nos deixa de sobreaviso para os possíveis relacionamentos porvindouros, que podem acontecer nas telas do tempo, mas, como escapar da falsidade de um grande amor ou de uma dita sincera amizade?...
Portanto, chego à conclusão que somos sado-masoquistas por amar mais do que odiar, nesta busca inglória da felicidade, que só nos descortina um mundo de dores, provas e expiações, no quesito dos sentimentos antagônicos entre entre o amar e odiar...
E o homem procura a razão destas emoções paradoxais, que leva ao sofrimento em nome do amor e não encontra "o fio da meada", que possa leva-lo a sair deste labirinto das emoções, inversamente proporcionais aos seus sentimentos, que nos causam dores quando nos deviam proporcionar alegrias e prazeres...
A resposta deve estar, creio, convictamente, no exercício do verbo PERDOAR, pois, se somos capazes de amar e perdoar aos nossos inimigos, porque não fazê-lo com aqueles que dizemos amar e cometeu uma falta contra nós, afetando a nossa vaidade, o nosso orgulho e o nosso egocentrismo latente, que carece ser higienizado com o amor e a compreensão, como se fosse água corrente lavando a nossa alma doente...
É das incompreensões e paradoxos da vida, que haurimos o benjoim do esquecimento, que ira balsamizar e cicatrizar nossas feridas e dores tenazes, irrompidas em nossas almas imortais.
E tenho dito!

Itanhaém, 18 de out de 2016

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo Jardim )

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Um casal ( quaze ) perfeito

Ela gosta de gato - ele de passarinho,
Ela vai à igreja rezar o seu rosário,
Ele fica em casa, quase sozinho,
Com o canto do seu canário!

As brigas - nunca são sua rotina,
Vivem, quase, às mil maravilhas,
Ela tem... um doce ar de menina,
E o amor - a dois fazem dedilhas!

Um casal perfeito, hoje, não se encontra mais,
Até no sexo... tem mudado as predileções,
Infelizmente, isso acontece com muitos casais,
Frustrando a grande maioria dos corações!

Porém, ainda existe, o tal de casal perfeito,
O nome dele é Douglas combinando com o dela,
A felicidade - neste século - tem um jeito,
O seu nome é conhecido, ela se chama: Daniela!

Oferta:
Neste mundo meio louco e complicado,
Ainda existe - eu creio - um casal perfeito,
Ronda nossos dias - infelizmente - o pecado,
Que só um sincero amor... mata todo seu efeito!

Itanhaém, 18 de out de 2016

Jose Aloíso Jardim    ( Sêo Jardim )



domingo, 9 de outubro de 2016

Meu coração te espera

Meu coração te espera ha muito tempo,
Esse tempo parece que é uma eternidade,
Essa eternidade... sinto num  só momento,
Sendo o efeito - doloroso - de uma saudade!

No âmago da minha alma há uma esperança,
E uma saudade... do que nunca aconteceu,
Às vezes... me sinto como uma criança,
No afã de sermos, somente: Tu e eu!

Meu coração te espera ha muito tempo,
Meu espírito - em devaneios - se evola,
Minha esperança... é o que me consola!

Ofertório:
Se eu morrer antes da tua chegada,
E quando estiver - no campo santo,
Lá pelas tantas... da madrugada,
Meu epitáfio será o meu pranto!

No cemitério:
As corujas com seus pios agourentos,
Nas noites frias e nos dias nevoentos,
Fazem um réquiem somente por mim,
Mas, é triste, sem amor, morrer assim!
Onde estás, no azul da abóboda infinta,
Faço - por ti - a mais linda trova,
Meu coração, te espera... alma bendita:
No meu latifúndio, a minha cova!

A possibilidade da felicidade é uma incógnita neste mundo de provas e expiações... mas, mesmo assim: Meu coração te espera!

Itanhaém, 10 de 10 de 2016

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo Jardim )



Amores da minha vida

Amores da minha vida, que se foram como as estações,
Sinto saudade desses tempos idos que não voltam mais,
E das alegrias dos enlevos em nossos púberes corações,
Tudo passa nesta vida... ficando somente os nossos ais!

Recordo do meu passado a doçura do primeiro amor,
Os sonhos - que em minha retina e na alma desce,
Nos beijos e promessas e nos caprichos da dor,
Que somente um grande amor nos oferece!

Todas as afeições - esses amores da minha vida,
Nunca mais voltarão, nunca mais irei vê-las,
Pois, estarão para sempre, escondidas...

Perdidas - no céu - entre as estrelas,
Quais borboletas - em sinuosos adejos,
Sem o doce - enebriante de tantos beijos!

Oferta:
Sou um homem, que caminha triste e sozinho,
Com a alma... cheia de imagens do passado,
Sou, na verdade, um pássaro sem ninho,
Voando livre... pela vida apaixonado!

Itanhaém, 10/10/2016

Jose Aloísio Jardim  ( Sêo Jardim )