Tem coisas que a gente demora para entender ou para "cair a ficha", que fica engastalhada nas nossas mais caras emoções...
Eu que te amo tanto, não sei dizer tudo aquilo que gostaria de falar, para que pudesses compreender o quanto te amo tanto...
O que não fui e não soube ser de bom, nos momentos da nossa convivência, não tem como ser sanado através de palavras, cujo sentido perde-se no tempo do pretérito, submerso nas águas turbulentas da minha ignorância e da falta de percepção da beleza da tua alma, da constância da tua renúncia de ti mesma e do desvelo das tuas horas, em favor de quem precisávamos tanto de ti...
Cometi os erros de todas as proporções, em todas as fases de minha vida ao teu lado...
Fui insensível, egoísta e orgulhoso, enfim, um déspota do teu amor incondicional, razão pela qual, mereço a pena destinada aos condenados sem remissão: O exílio da tua presença é a minha sina e o que me cabe neste latifúndio, enquanto que, minha alma, precisa aprender a ser só - distante do teu amor - que eu não soube cultivar, como se cuida de uma flor mimosa e perfumada, que nasce para dar emoções embevecidas de felicidade...
Não posso negar o que fiz nem o que fui! Quantas decepções te ofereci, com o meu comportamento, com a minha estupidez e com a rigidez de meus princípios, de espírito beligerante e intolerante, que não percebia a grandeza da tua alma, de anjo tutelar de nossas vidas, amparando nossas subidas e descidas nas veredas da existência...
Hoje, quando meus cabelos tem a cor da neve, entendo a dor e para o que ela serve: Hoje, meu corpo e minha mente cansada, exercita a solidão, sem nada pedir ou reclamar, apenas, procurando acertar as contas com minha consciência, que aponta-me o caminho da resignação e da transformação do meu ego, repleto das lembranças, que de ti carrego...
Hoje, sou um homem diferente, sem as nuances malévolas daquele espírito que habitava e ensombrava o meu coração:Ofertório:
Não ganhei angelitude!
Não sou nenhum querubim!
Apenas,
aprendi a conter o meu pranto,
sendo apenas, um simples jardim,
na sua flora exuberante,
cujas flores,
meus filhos e meus amores,
somos todos,
até hoje, amparados por ti!
Agora, posso dizer-te o quanto:
" Eu que te amo tanto!"