Como apagar as pegadas do caminho?
Se nós encontramos, no trajeto da existência, a necessidade de parar, devemos obedecer ao nosso instinto de conservação, intuição ou, simplesmente, nosso desejo de não prosseguir, quando somos bafejados pelo simples pensamento de colocar um fim numa etapa, que estamos sentindo que chega ao seu final, pois, se assim não o fizermos, acabaremos perdendo as alegrias e as oportunidades de outras situações, outros rumos, outras emoções... Temos que deixar para traz, os momentos do passado e dos sentimentos vividos que, por alguma razão, que a própria razão desconhece, desvaneceram-se no tempo pretérito...
Inventamos argumentos para nos prendermos ao acabou e não volta nunca mais...
Qual é o seu argumento para se prender ao passado?
Perdeu uma amizade?
Perdeu o emprego?
Perdeu um relacionamento amoroso?
Perdeu um ente querido?
Perdeu um animal de estimação?
Afinal, o que você perdeu, não necessariamente, nesta ordem...
Você pode passar todo o tempo da sua vida perguntando porque isso ou aquilo aconteceu, sem encontrar uma resposta satisfatória...
Muitas vezes, querer entender as razões, que levaram certas coisas acontecerem em sua vida, é pura perda de tempo... Pois, o resultado, é que nada irá mudar os acontecimentos, mas, poderá causar tristeza, desgaste e mal estar, àqueles que foram protagonistas dos fatos acontecidos... Possivelmente, todos estarão virando a página da história, até quem já morreu...
É possível que alguém sinta dó e pena de você, que não entende e nem se conforma com os tais fatos, mergulhado na depressão, tristeza e solidão... Mas, nada muda...
Quando fixamos nossa mente, nas coisas e entes, que deixamos ou que nos deixaram, enclausuramos nossas oportunidades na cela escura do nosso espírito inconformado...
É impossível estar no passado e viver no presente, ou vice versa...
Tudo que passou, na vida cotidiana, não volta mais, pertence ao passado, cujas memórias, somem como fumaça ao sabor da brisa que passa:
O emprego não é para sempre. A criança cresce, vira adolescente, homem adulto e vai embora da casa paterna, para construir sua própria história. Relacionamentos se desfazem, sem o menor sentido, e não adianta querer reviver os momentos felizes e encontrar o porque da separação... Geralmente, quem vai embora, não tem intenção de retornar ao antigo calabouço das emoções reprimidas...
A melhor coisa a fazer é deixar que a pessoa siga o seu caminho e, por mais doloroso que possa ser, temos que destruir as recordações (físicas), doando, dando, vendendo ou jogando fora todas as coisas, que podem lembrar a afeição perdida na sua nova vida e, ao desfazer dessas "lembranças", significa que estaremos dando espaço para que outras e novas emoções, venham a ocupar o lugar vazio em nosso coração e na nossa mente. O contrário nos adoece.
Deixar ir embora.
Desapegar-se.
Não esperar nada de ninguém.
Não colocar expectativa nas pessoas.
Não esperar que descubram suas qualidades, seus dons, sua generosidade e outros atributos agraciados..
Não espere recompensa pelos seus feitos...
Não deixe que percebam as suas fraquezas...
Pare de sintonizar, sempre, as mesmas emoções, demonstrando as suas dores e fracassos, que ninguém quer saber ou entender, evitando a comiseração e a piedade desdenhosa, que tanta gente, os mais chegados, destilam como veneno mental, emocional e fatal, ao nosso "eu", exposto e, visivelmente, fracassado, na auto piedade detectado...
É, na vida amorosa, interrompida, que reside os maiores perigos da alma humana, ao buscar a satisfação do nosso ego ferido e preterido, nas atitudes criminosas, que soem acontecer entre os casais que se separam, cujos motivos, muitas vezes, é melhor não saber...
Antes de começar um novo capítulo na sua história é preciso terminar o anterior, para que se possa ter, um final aprazível...
Certas lembranças, são como espinhos a nos ferir a alma magoada, desprezada, inconformada...
Nada e ninguém é insubstituível, mas, a gente tem que encerrar o ciclo que passou, não por orgulho, e sim, porque esses momentos não se encaixam mais na nossa nova vida, na nossa nova etapa, cujos caminhos, deixaremos novas pegadas...
A vida amorosa se transforma em hábito, ate que se estingue, pela necessidade de outras emoções, devido as rotinas e esfriamento, dessas mesmas emoções, de antigamente...
Temos, então, que fechar a porta, ao sair ou sermos saídos de uma relação, limpar a casa da nossa mente, transformar, mudar o disco, pois, a fila anda e, às vezes, corre...
É preciso deixar de ser quem a gente era para ser alguém que a gente é!
Não existe uma receita perfeita para apagar as pegadas do caminho das nossas emoções... Principalmente, as que são de foro íntimo, dos nossos sentimentos possessivos e amores que se vão...
Se a vida pudesse falar, diria:
" - Jose, esquece, pois, somente o esquecimento, pode apagar as pegadas dos caminhos dos amores desventurados e não correspondidos!"