terça-feira, 30 de junho de 2015

Uma caneta tinteiro


Na mão... uma caneta tinteiro,
juntava letras no caderno,
amarelecido pelos anos,
deste jeito era o tempo inteiro,
rabiscando o próprio inferno,
dos seus vero desenganos...

Nas noites enluaradas,
resolvera, um dia, falar de amor,
escrevendo sobre as dores encravadas,
que o acompanhava dia e noite na sua dor...

Falou das paixões e dos amores vividos,
em versos, descreveu tudo que ia na sua alma,
inclusive das traições e dos sentimentos adormecidos...
Procurava, insistentemente, o verdadeiro amor que acalma,
relatando em palavras - a dor e a saudade - razão da felicidade,
que é a busca incansável, constante e corajosa, que nos dá a liberdade!

Sentia como sente  um poeta!
Escreveu sobre amor e paz, sonhos, desejos, compreensão e igualdade,
buscando os novos caminhos...

Escrevia, escrevia, escrevia,
com aquela surrada caneta tinteiro,
trêmula, na mão,
porém, o que mais ele queria,
era lembrar o único amor verdadeiro,
que em lapsos, intermitentes, de memória,
afetava a sua razão... pelo mal de Alzeimer,
que apagava, todas as suas lembranças e história...

Ofertório:
Na sua solidão,
perdido no tempo, ficava,
com a caneta, "parker", tinteiro,
( tremendo, na encarquilhada mão )
sem as lembranças que mais amava...
Como se fosse um relógio sem ponteiro!






O medo da traição

Talvez, por ser um espírito ignorante,
sempre tive medo... de ser traído,
pela minha mulher e até pela amante,
coisa de mineiro, coisa de marido!

Na verdade, é uma expressão do ciúme,
que a gente sente... quando ama alguém,
aí aparece a chatice do nosso queixume,
sem ter razão e muito menos lógica tem!

Esse medo não dá para ser controlado,
e a alma sente-se... sufocada e presa,
parecendo ser da gente o pecado,
da traição, em brasas, acesa!

Sofro, vivo e convivo com esta paixão,
aprendi a libertar-me desta prisão:
Você, pode não ser a única razão,
nem a última a ocupar o meu coração!

Oferta:
Vou matar, este medo, que tenho da traição!
Vou continuar, amando você... eternamente!
Vou acabar de vez... com a minha maldição!
Vou perdoar - se você errar: Serei clemente!


terça-feira, 23 de junho de 2015

Saudade de Itanhaém

Quanta saudade eu tenho de ti,
Oh! minha Itanhaém querida,
de tua flora colorida,
lugar aprazível,
eu nunca vi!

Tenho saudade do rio,
quando nele nadei,
tenho saudade,
até dos sonhos,
que nunca tive,
e nem sonhei...

Tenho saudade de tudo:
Da minha inocente paquerada,
que me deixou pasmo e mudo,
ao vê-la, também, encabulada...

Tenho saudade dos nevoeiros,
dos raios da lua cor de prata,
dos saraus e das serenatas,
de todos os dias fagueiros...

Itanhaém, de ti tenho saudade,
quando jovem sonhava,
com o verdadeiro amor,
e nas praias eu brincava,
sob um céu de esplendor...

Pode ser que um dia eu morra,
talvez, bem distante de ti,
sem ninguém que me socorra,
agonizando como um colibri...


Deixo aqui a minha vontade,
para que eu seja enterrado,
neste torrão que não nasci,
que me deixou apaixonado...
E para matar a saudade,
- depois de morto - e sepultado,
neste "Angulus ridet",
onde esta poesia escrevi...

Oferta:
Embora, um anjo torto,
destes que vive nas sombras,
tenha me dito:
" - Vai, José,
ser um "gouche" na vida!"

PEDRA QUE CANTA, 24 de junho de 2015




União/separação e uma cadeira vazia

Sou casado de papel passado,
no amor...abandonado!
( Vi seu vulto sumindo,
sumindo, sumindo...
na penumbra da minha estrada )
Minha alma vive procurando a sua,
na cidade urbana, desumana,
por você - ela chora e chama,
nas noites sob os raios argênteos da lua...

Onde está que não a encontro?
Você é a reticência...
Eu sou o ponto.

Sem seu amor vivo ( vivo? )
parecendo um ébrio...
Acho... que vou morrer,
morrer de tédio...

Essa dependência do carinho seu,
coloca-me no trampolim,
desta vida que Deus me deu:
Ofereci-lhe um lindo jardim,
mas, somente espinhos me ofereceu...

Porém, quem sabe, um belo dia,
você venha me pedir perdão,
com um aperto no coração,
e as ilusões quase mortas,
depois de ver fechadas,
nas frias madrugadas,
de todas as estradas:
Todas as portas...

Nunca  negarei o meu teto,
muito menos... o meu pão!
Nunca negarei o meu afeto,
muito menos o meu coração!

Oferta:
Essa nossa união/separação,
é o meu tormento e a razão,
da minha vida e da agonia,
de ver a sua cadeira vazia!




quarta-feira, 17 de junho de 2015

A solidão dos latifúndios

Os sertões e as fazendas, perdidas neste latifúndio brasileiro é, verdadeiramente, uma necessidade cármica, para abrandar os corações dos homens, perdidos na sua "santa ignorância", aparando as arestas, obrigatórias,  ao seu desenvolvimento espiritual...
Quando o matuto, que mora na roça, nos diz que é feliz, a gente duvida, pois, os dias são longos e as noites, também...
O silêncio das horas, que não passam, faz parte deste mundo impenetrável, cheio de solidão, mas, de muita paz de espírito, pois, o roceiro é um vencedor na sua lida infinda, acostumado que está ao ver o tempo passar, observando os acontecimentos que a natureza oferece à quem perscruta os seus insondáveis atos fatos, na flora, na fauna, nos fenômenos dos astros, ( sol, lua, estrelas, cometas...) na chuva que cai, no orvalho que desprende das folhas das árvores... ora, é o perfume das flores que enebria o olfato ou os seus tons de diversos matizes, que embevecem o olhar maravilhado, por tanta beleza exposta de maneira tão simples. A água, que desce das nascentes das serras e dos morros íngremes, serpenteando os riachos, geralmente, vão desaguar nos rios que abastecem as cidades, mas, com destino final na imensidão dos mares, pois, "a água corre para rio e o rio corre o mar, só o pranto dos meus olhos, eu não sei onde vai parar..."
Para quem vive no burburinho das cidades, fica difícil imaginar a vida solitária dos caboclos, caipiras e matutos de todo jaez, embora tenham como características a timidez, acanhamento, cisma e desconfiança, ele é um autodidata, sabido, matreiro e ingênuo ao mesmo tempo, mas, não é fácil enganá-lo...Não é ruim e nem prejudica as pessoas, porém, não é de levar "desaforo para casa" e nem por isso, podemos compará-lo a um marginal... a sua índole é de bom caráter e a velhacaria não faz parte de sua existência, a não ser quando se contamina, convivendo com os citadinos, infelizmente...
Aprendemos na convivência no lar, nos bancos escolares, nos grupos sociais ou onde quer que nos encontremos, porém, o matuto, aprende na natureza exuberante e no silêncio das horas, que passam, no seu moto contínuo e no tic tac da vida...
Na gleba encravada ao pé da serra, a quilômetros de Itanhaem, um lugar silencioso e na sua quietude "gostoso", de propriedade do meu confrade, Jose Leme de Mori, foi de onde tracei, nestas linhas, a inspiração para esta crônica. Tivemos como acompanhante o Carlos Simões, conhecido como "Carlito" embora seja, de profissão mecânico de auto, tem os traços dos matutos embutidos na sua alma benevolente, "por dimais..."
Saímos de lá, com algumas plantas medicinais, pimenta e taioba, além, é claro da" mandioca do Zé", que diz que é uma delícia de tão molinha...(kkk) Diversas plantas e cultivos existem, além do palmito pupunha...
Depois de ter dado  carona para algumas pessoas, chegamos à "pedra que canta"...
Para nós, cidadãos urbanos, acostumados às loucuras das cidades, no seu ir e vir, a solidão dos latifúndios, pertence aos que cultivam a terra, para o sustento da nação, acostumados que estão, neste "habitat" natural, longe das mazelas dos homens, tais como: Ódio, vingança, contenda, maledicência, disputa e amealhamento dos bens alheios, entre outros defeitos da alma...

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Para Maria... a namorada que encontrei

Envio para minha namorada,
um "bouquet" de flores mimosas,
tem uma "bem-me-quer" apaixonada,
envolvida pelo perfume e a beleza das rosas.

Vai, também, um cartãozinho de visitas,
junto com uma declaração do amor que sinto,
de muitas palavras de amor... que nunca foram ditas,
sendo tudo verdade: Juro, meu amor, que à ti não minto!

Quando receber o meu singelo presente,
guarde, no teu bau, pelo menos o meu cartão,
pois, as palavras refletem o que minha alma sente.

À muito tempo te dei... o meu apaixonado coração,
hoje, és a minha companheira e mulher, de veras amada,
porém, continuas sendo, para mim: A minha doce namorada!

Para minha esposa, no Dia dos namorados, um mimo em soneto acabado!

Sexta-feira, 12 de junho de 2015


terça-feira, 9 de junho de 2015

T T

Minha confrade - passava por mim e virava o rosto fechando o semblante, como se estivesse com muita raiva, e por tabela, para minha consorte, ( ou sem sorte? ) que nada tem a ver com a situação ora descrita. 
Muito bem, o tempo foi passando e aquilo foi me incomodando, pois, são raras as pessoas com as quais tenho algum desentendimento, aversão ou inimizade... mas, sei que muita gente não gosta, verdadeiramente, da minha pessoa, devido a franqueza com que exponho idéias e princípios, dos quais sou convicto, porém, não sou o "dono da verdade e da razão", cometendo meus erros e minhas derrapadas na estrada íngreme das avaliações, dos conceitos e julgamentos, onde acabo me estatelando... às vezes!
Sempre que a via, andando pela praia ou nos encontros casuais, por amizades em comum,  ficava com receio em dirigir-lhe a palavra e levar "um fora", principalmente, na frente de outras pessoas... até que um dia, no início do mês de junho deste ano, a vi num quiosque, acompanhada de amigas, ao redor de uma mesa, onde, na outra extremidade, em outra mesa, estava eu, sozinho, matutando...
Minha esposa, já tinha dito para tomar coragem e falar com ela sobre a razão de tal atitude de desdém, que tanto me aborrecia... Tomei coragem e fui até sua mesa, pedi licença para ser ouvido sobre as minhas dúvidas, ao que me surpreendeu a permissão, incontinenti, com um senão, ela disse:
- Eu vou falar e você vai escutar... 
Aquiesci! 
Depois de tê-la ouvido, ( A mente e o coração tem razões que a própria razão desconhece... ) pedi um aparte e falei assim:
- Tens toda a razão, fui errado e confesso minha culpa, mas, não tive a intenção de ofendê-la... ( Sei que o inferno está cheio de pessoas com boa intenção... ) e muito menos esqueço, que sempre me estendeu a mão amiga, auxiliando e ficando ao meu lado, nas horas em que as vicissitudes bateram em minha porta... eu sempre digo que, quem nos decepciona, são aqueles que amamos: Familiares consanguíneos, amigos, parentes e aderentes, pois, do inimigo a gente sabe o que esperar e, da minha parte, só tenho um pedido a lhe fazer: " - Que me perdoe - por ter errado, decepcionado e magoado seu coração..." e recebendo como resposta: 
- Tudo bem, Jardan, perdoo, mas, não esqueço, e ainda agradeço a lição que aprendi contigo - nunca mais vou ajudar alguém!
- Eu, também, aprendi contigo - vou pensar mais antes de falar, pois, a interpretação pode ser ambígua ou mal compreendida e causar desconforto nas relações de amizade, ou até perdê-las...
Fiquei feliz por ter recebido o seu perdão... e seria querer demais o esquecimento da decepção, que lhe causei, mas, minha querida confrade, continuo sendo seu admirador e sempre estarei ao seu lado, no silêncio de eterno aprendiz, neste orbe de provações e dores,  para nunca mais lhe causar qualquer aborrecimento: Prometo!
Por outro lado, a vida tem me ensinado, que só o tempo para apagar as decepções, fechar as feridas que foram abertas na nossa alma, por aqueles em quem mais confiamos... e há um tempo para tudo, assim, diz o pregador.
Somos viajores da eternidade e aqui começa um novo capítulo em nossas vidas, em um tempo de reavaliação de palavras e atitudes, pelo menos, para mim.
Estou em paz com a oportunidade de ter sido perdoado:
Penhoradamente,  agradeço o aprendizado ao seu lado!
" - Que Deus te cubra de bênçãos e derrame sobre ti os fluídos salutares da vida!"
- Se tiveres alguma coisa, ( contenda, briga, desavença... ) com teu irmão, vá, reconcilia-te com ele, e depois, deposite tua oferta no gazofilácio - Palavras da salvação. ( Mateus:V23-24 )

Neste dia lindo de feriado, 09 de junho de 2015

Fará parte do meu livro - Encontros em Itanhaém - No prelo

segunda-feira, 8 de junho de 2015

A consulta

Certa vez, fui procurado por uma amiga de longo tempo que, por saber que militava no Espiritismo Kardecista, viera buscar ajuda sobre os seus problemas pessoais, que lhe pareciam insolúveis...
Disse-me, assim: 
" Sêo Aloisio, sei que tem um bom conhecimento sobre a alma humana, razão pela qual venho solicitar seu entendimento sobre alguns assuntos, que tem conturbado os meus dias, onde peço que me ouça!"
E relatou:
" Meu humor tem oscilado, ora estando alegre e feliz, e momentos após  fico desanimada e cheia de dúvidas, chorando por qualquer coisa, como se fosse acontecer uma desgraça... a tristeza e o pessimismo toma conta de mim e não consigo controlar as minhas emoções...
Tenho o sensação de ter o corpo surrado, sinto náusea, falta de ar e um nó na garganta, a arritmia é constante e imprevisível, enxaquecas, dores musculares, barriga inchada e estenose da uretra ( que causa o estreitamento do canal urinário que conduz a urina para o exterior ) dando origem a uma ardência e dor ao urinar e copular, fazendo o meu parceiro sentir-se culpado..."
Confidenciou-me mais:
Queixando-se de tontura, e por diversas vezes, estivera internada para saber o mal que a acometia, mas nada de diagnósticos positivos - raio X, exames de sangue, tratamentos com medicação alopáticas, homeopáticas, e calmantes não davam resultados,  pois, o quadro continuava sendo o mesmo, a labirintite e otite foram "enganos" do parecer médico para as tonturas que aconteciam, subitamente, a qualquer momento, além de sentir uma gota quente escorrendo pelo ouvido, apenas, na sua imaginação, culminando com um zumbido estonteante... Porém, nenhum remédio era "tiro e queda" para debelar os sintomas dos incômodos e "doenças" por que passava ou achava que tinha, era comum a queixa de gases intestinais...
O medo de enfrentar a vida e a dúvida em tomar um rumo, era uma loucura... tinha uma tendência em não terminar o que começava, quer seja projetos, cursos, negócios e planos para o presente e o futuro...
As frustrações eram o moto contínuo de sua existência e não tinha prazer nem alegria em fazer alguma coisa, quer seja o que seja, era, na verdade, um vazio, uma sensação caótica interior, sem auto estima...
A depressão rondava seu dia a dia e a cobrança de algo, dentro da sua mente, como se devesse alguma coisa...
Pensava, às vezes, em "fugir da vida" pelo viés do suicídio...
Achava até, que imaginava coisas quando ouvia, nitidamente, o portão se abrir, e quando ia ver...nada.
Expliquei-lhe, que entendia, que isso era um fenômeno, que, nas lides espíritas chamamos transtorno de somatização, que nada mais é do que excesso de ectoplasma, uma substancia semi-material/semi-espiritual que permeia os dois mundos, material e espiritual, permitindo a atuação dos espíritos sobre o mundo físico, causando os sintomas que a consulente descrevia no seu cotidiano...Para não entrar no mérito maior da problemática, resolvi aconselhar a minha amiga o que segue, em resumo
a) Proceder a uma reforma íntima, que nada mais é do que a mudança de hábitos, caráter e comportamentos, "cavando masmorras aos vícios e templos à virtude..."
b) Ser comedida na alimentação, tanto na qualidade quanto na quantidade. Comer pouco para viver muito.
c) Pensar, falar e atuar, somente, em prol do bem.
d) Orar e vigiar, a favor dos desafetos carnais e espirituais, solicitando a misericórdia de Jesus, a todos nós, envolvidos nas tramas obsessivas. 
Minha amiga: As doenças da alma são as heranças dos nossos defeitos, portanto, estejamos de bem com a vida e com os nossos semelhantes, amando, perdoando e servindo, sempre, sem esperar recompensa. As enfermidades promovem a evolução do nosso espírito imortal ( Uma pessoa egoísta, orgulhosa e vaidosa, doente, em uma enxerga, ao pedir " Por favor!" aciona em seu íntimo a resignação e a humilde, que lhe faltou nas oportunidades que a vida lhe deu nos dias da sua mocidade... É da lei de causa e efeito! As dores são drenadas ao nosso perispírito, manifestando no nosso corpo físico, para nos fazer entender que não viemos para sermos servidos e sim para servir!"
Continuei:
Os trabalhos espirituais de cura das doenças da alma, que se refletem no corpo físico, existem nos Centros Espíritas espalhados pelos quatro cantos do mundo.
É feito uma consulta, avaliação e atendimento da pessoa, de acordo com o que ela necessita e dos méritos que possui perante a espiritualidade maior, então, faz-se receituário mediúnico, procedimentos mediúnicos cirúrgicos, atendimento à distancia, desobsessão e evangelização, entre outras atividades fraternas, auxiliando os viajores da eternidade, que somos, todos nós, indistintamente.
Fiz-lhe um breve relato de como se processa uma cura:
O fluído de cura, que é o ectoplasma, é manipulado pelos médiuns para ajudar no restabelecimento do doente, que somatizou as mazelas do seu mundo interior na presente reencarnação, ficando exposto e vulnerável aos desafetos de outras vidas, que tem uma frequência vibratória compatível com a nossa e que, também, sabem "trabalhar" esse fluído, que todos temos, em menor ou maior quantidade... Daí, a assertiva sobre as doenças..."Mens sana in corpore sano!" O contrário é vero e corriqueiro, precisamos agir, amando, perdoando e servindo.
A depressão e a síndrome do pânico são as doenças do seculo... isso, porque, nós não temos fé no Criador e não mudamos o nosso modo de ser em função do nosso semelhante, caindo na esparrela do egoísmo, orgulho e vaidade... narcisistas inveterados, vivemos na zona de conforto das nossas emoções, nas quais nos comprazemos, até que somos despertados pelas dores da alma, que se manifestam no nosso corpo físico e perturbam a nossa mente, quase demente...
A raiva, o ódio, a maledicência, o ressentimento, a falta de perdão verdadeiro, são as portas abertas para dores e as enfermidades, que soem acontecer em nossa vida, tão passageira!
Um ateu não crê em Deus e nem tem fé! Porém, a fé e a crença, são construções pelo cadinho da dor superlativa, ela independe de religiosidade, e se compõe de três coisas básicas, que muitos chamam de virtudes: Humildade, resignação e sabedoria! Há controvérsias, mas, a verdade é o conhecimento, que nos liberta da ignorância das nossas virtudes inativas!
Quando terminei a exposição, que poderia se estender, indefinidamente, a minha amiga falou:
" - Puxa vida, Sêo Aloísio, a quanto tempo venho sofrendo, inutilmente... Ah, se eu soubesse!"
Ao que lhe respondi:
" Nada, neste mundo, é inútil aos olhos de Deus... o seu tempo, minha amiga, é agora... Oremos!"
- Óh, Pai de infinita Bondade, dai ao doente a cura...





sábado, 6 de junho de 2015

O analista

A zona de conforto é comprometida, então, procuramos um analista, um psicólogo...
Não encontramos um lugar para ir, para descansar a cabeça cheia de interrogações...
Aí, pensamos ou alguém pensa por nós e nos diz: Procure uma analista!
Procuramos e achar é fácil demais...
A vida, os acontecimentos e o mundo, é o que é ou o que imaginamos que seja... o cenário é imexível, constante, inexorável... e mexer nele demanda uma estratégia, uma força interior férrea, coragem de heróis de contos de fadas, sabe porque? Somos acomodados e não queremos que a platéia fique sabendo sobre as razões da nossa razão e, principalmente, o que vão pensar da gente...
daí, ser melhor deitar no macio divã do psicólogo ou do analista, tentanto soluções que estão dentro de nós mesmos!
Os analistas e psicólogos, tem tempo de sobra e uma paciência de Jó...
O tempo que você despende ao dito cujo é dinheiro no bolso dele.
Acho, até, que ele é como se fosse Deus: Ele o ouve pacientemente, quer você grite, chore, esperneie, implore, peça de joelhos, faça promessas, jure, reze ou  amaldiçoe - Ele ouve sem nada dizer.
Ele ( o psicólogo ou analista ) é impermeável a tudo, inclusive com a sua verdade e os seus motivos.
Se acha que pode enganá-lo, então, engane. Conte as suas dúvidas, os seus temores, os seus medos, a suas angústias, conte tudo que quiser sem medo de errar, pois, ele estará impassível diante de todas as suas lamúrias...
Se você acha que ele, e não você mesmo, possa ajudá-lo, então agarre-se a ele, com todas as forças, até que se sinta exaurido de tanto falar... falar... falar...
Porém, se tiver a percepção de entender que ele não é um deus e sim um simples mortal, igual a você mesmo, com todos os defeitos, fraquezas, desejos, ambições e sonhos, talvez se levante do marasmo que se deixou sua vida caminhar, sem rumo e sem prumo, ao deus dará...e quem sabe, se levante como a fênix o fez ao ressurgir das cinzas...
Quando a gente chora o leite derramado, na depressão, pela falta de confiança em Deus, há sempre um pedágio a pagar pelo cadinho da dor...
Deixe seu peito se inflar de alegrias e de hosanas ao Deus amoroso, que alijamos de nossa vida, tem um bom tempo: Cantemos louvores ao Senhor compreendendo, amando e perdoando o nosso semelhante...
Mas, diria consigo mesmo, como cantar quando a minha mente é um forno em brasa? Lembre-se dos mártires do cristianismo, que cantavam enquanto o fogo consumia seus corpos físicos? Eles não sentiam dor porque tinha fé! E quando o homem perde a sua fé, perde a sua paz e mergulha no lodaçal das dores, onde se contamina da descrença das possibilidades infinitas que Deus nos oferece, sem nada nos pedir... a não ser que amemos ao nosso próximo como a nós mesmos
Fé, é sinônimo de força positiva!
Neste mundo em que vivemos passamos por atribulações, dores e conflitos externos e internos, mas não somos esquecidos por Deus, que nos deu caminhos, estradas, rumos e escadas para subirmos
A solução está diante de nós, e a batalha é interminável, gigantesca, homérica... e os problemas estão aí para nos engolir se nós deixarmos de avançar, de lutar e de acreditar.
Todos somos culpados de um crime: De não viver de acordo com as leis do amor, justiça e caridade, inclusive para conosco...
A força e o poder estão dentro de nós, prontas para emergir, vir à tona e nos completar como seres em evolução constante no universo infinito.
As tempestades, quando chegam, quem perecem mais são as flores frágeis e não os carvalhos.
Os nossos medos são expansões da inferioridade do nosso espírito, que não tem confiança em si mesmo e nem em Deus.Quando um homem tem medo, é como um covarde que se apoia no muro que o sepultará ao cair sob o impacto do vendaval
Muitas e não raras vezes, o que mais mais nos assusta é a responsabilidade por nossos atos e ações infelizes.
Somos construtores em plano menor na Cosmogonia Universal, mas, temos escolhas pessoais através do livre arbítrio, pois, ninguém é obrigado a nada que não queira fazer ou executar, portanto, somos donos do nosso destino, da nossa paz e da nossa felicidade.
Não creia no que dizem os homens e as seitas religiosas, enquanto tudo não passar pelo crivo da razão, bom senso e da lógica, que existe dentro de cada um de nós...
O exemplo e a verdade é o nosso porto seguro.
As nossas neuroses, são semelhantes ao peixe que vive na lama, no fundo de uma lagoa, esperando a morte chegar e nada faz para para sair do lugar, imobilizado numa morte maior, mais terrível do que aquela que ele imagina, mas, que desconhece...
Fé, auto confiança, coragem e determinação. Confiança em si, nos semelhantes e na justiça do equilíbrio e harmonia do universo, pois, nada é por acaso!
Aí, a vida se manifestará na sua plenitude de evolução libertando-nos das amarras de um passado delituoso e de um presente desgostoso.
Nascimento, vida e morte, são processos permanentes, princípios e fins inexoráveis, então, procure adaptar-se ao mundo em que vive, diria-lhe o analista.
Enfim, as doenças, as mazelas do corpo e do espírito, são reflexos de tudo que existe dentro de nos, somos os arquitetos de nossos destinos e de nossas dores, que parecem serem as maiores dores do mundo: Ledo engano.
Devemos aceitar a imperfeição e buscar a perfeição.
Quando a nossa vida gira no espeto do nosso ego.
Não deixe que os psicólogos, terapeutas e analistas, gravem no nosso espírito a marca"ching ling" de suas neuroses, pois, todos somos neuróticos em potencial, mais ou menos... intencionais.
A profilaxia é muito simples, pois, ela está dentro de cada um de nós e ela nos protegera contra as doenças do mundo, bastando, para isso, começando pelos nossos pensamentos, palavras, obras e reforma íntima, conforme apregoa as doutrinas espiritualistas espalhadas pelos quatro cantos da terra.
Analisando bem, digo que:
Eu sou um analista!

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Reflexões matutina

O sonho que não é sonho é ilusão; a ilusão que não se transforma em sonho é utopia!

Reflexão matutina:
Quantas vezes, sai de casa sem rumo, sem pensar onde ir ou que paisagem apreciar, talvez, seja uma forma de fugir da realidade da existência, dos problemas do cotidiano, que nos ensandece a mente, adormecida no "doce far niente" da vida...
Acomodamos-nos na zona de conforto, na letargia da nossa preguiça, pois, afinal, para que e porque preocupar-se com os outros?
Cada um que cuide de si mesmo, não me interessa se ele anda à esmo, perdido e com problemas existenciais ou de outro viés...
Os meus irmãos, de jornada terrena deve ter, cada um , a sua parcela de culpa para ter uma vida, assim ou assado, com ou sem pecados mortais, haja vista, que nós temos o livre arbítrio para escolher qual o tipo de ação, que iremos perpetrar contra o nosso irmão, não é vero? Então, porque se martirizar em querer ajudar, auxiliar ou minimizar a dor de quem vive o resultado de suas escolhas em vidas passadas ou na presente reencarnação? Bem, pensando assim, há uma certa lógica... mas, nem tudo que justo é certo e nem tudo que é certo é justo, e por este outro lado do entendimento filosófico, chego ao raciocínio, puramente cristão, onde deixo as minhas observações:
- Respeite a vontade dos outros e a sua maneira de ser.
- Não se irrite com facilidade. Domine-se, sempre.
- Tudo tem solução, confie na Providência Divina, pois, Ela jamais o esquece.
- Os problemas desaparecem à medida em que aumenta sua confiança em si e em Deus.
- A oração é o caminho para os problemas insolúveis, que amarguram o seu espírito imortal.
- trabalhe, mas, não esqueça o lazer necessário ao equilíbrio físico.
- Estude, sempre, pois, o conhecimento favorece a evolução do espírito.
- Não seja maledicente nem fique com raiva, pois, é fácil cair nas teias das sombras de baixo nível.
- Coma com moderação, quem vive para comer, bem depressa quer morrer.
- Perdão e paciência deve ser cultivados no coração, para nos libertar da aflição e da morte inútil.
As Boas novas, do Evangelho de Jesus, são rumos certos para encontra a paz e a felicidade, que tanta gente almeja, e nunca conseguem, mas, se atentar ao conhecimento evangélico, que nada mais é, do que as Verdades, que nos libertam, ou seja: O conhecimento, que nos liberta da ignorância...
Sejamos como a corrente de água, que expulsa os lamaçais, que poluem suas fontes cristalinas.
Ou sejamos com os lírios, que nascem nos charcos e continuam imaculados na sua brancura...
As primeiras horas da manhã, anunciavam a vida em cores nas flores e nos trinados dos passarinhos, que cantavam, embevecidos, pela beleza esplendida daquele dia de veranico na cidade de Itanhaém, onde, diz a lenda, na etimologia tupi: " A pedra canta..." E como canta!


MIMA

Mima, os meus versos..."mimos" que te ofereço,
Iminente é a tua partida: Para longe sei que tu vais,
E a tua ausência não tem nenhum valor ou  preço,
Que pague aos que ficamos com nossos tristes ais!

Mima, lá pelas bandas dos países tão distantes,
Imperativo se torna, sozinha, ser forte e corajosa,
Mas, teus pais, estarão de corações ofegantes,
Ao Pai, em oração: Para livrar-te da via dolorosa!

Mima - Assim, carinhosamente, nós te chamamos!
Onde quer que te vás - não esqueça dos que ficamos,
Longe do teu jeito de ser... e das horas que juntos passamos,
Aprendendo, tolerando, e pelo amor em Cristo... nos  transformamos!

Mima... sei que a vida não é boa e nem é má!
Nós é que a fazemos ser do modo que ela é,
Porém, para tudo tem uma solução: E é prá já!
Basta cada um: Amar, perdoar e ter muita fé!

Oferta:
" Algum tempo antes da tua partida,
tentando mudar... toda a tua vida,
deixando o lar paterno e risonho, 
buscando uma meta e um sonho!"

J. Aloísio Jardim
Itanhaém, 03 de junho de 2015