quarta-feira, 27 de abril de 2016

Gravetos e seixos de um antigo amor

Pedaços de vidas, perdidas, nas encruzilhadas,
Nos eitos desfeitos pela enxada do tabaréu,
Que carpe as emoções íntimas e complicadas,
Daqueles que almejam, unicamente, o céu!

Quando tudo fenecer em dor sem ter mais fim,
Venha viver ao meu lado - despudoradamente:
Entregando seu corpo e sua alma só para mim,
Ludibriando a solidão no seu coração e mente!

Venha compartilhar comigo os seus desejos,
Seus sonhos e fantasias... esses gravetos,
Que serão fogos mágicos de seus beijos,
Crepitando como se fossem amuletos!

" Pedaços de vida de nós dois que restaram,
Do que fomos - em busca das quimeras,
Das promessas que nos empenharam,
Nas estações das belas primaveras!"

Não deixe que sua alma se transforme,
Em pedaços frios e inertes - de seixos,
Esses fragmentos ígneos que dorme,
No seu doce regaço... em releixos!

E quando você estiver, algum dia, de bem com a vida,
Não se esqueça de quem nunca... jamais a esqueceu,
E não me obrigue... Oh! Minha inesquecível querida,
A catar gravetos e seixos - deste amor que já foi meu!

Aviso e reviso:
O tempo - é um tranquilo e magistral batuta, 
Que rege a orquestra - da vida de todos nós,
Mas, tem gente - que finge - que não escuta,
Nem mesmo o som ( - ) da sua própria voz!

Itanhaém, 28 de abr. de 2016

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo Jardim )


sábado, 23 de abril de 2016

Sarah-fogo

Parecendo ave sem direção tenta a vida viver,
Procurando a sua metade... do passarinho,
Na vida que passa e no seu sofrer,
Para encontrar o seu ninho!

Novas afeições, sempre aparecem de supetão,
E lá vai com toda força e cheia de esperança!
Na escola era chamada de "Sarah capotão!"
Apelido do seu tempo... quando criança!

Se conselho fosse bom a gente vendia!
Esse é um ditado na boca do povão,
Porém, não se tem a vera alegria,
Depois do amor, ouvir um não!

A procura da felicidade é um caso sério,
Tem gente que faz "despacho" no cemitério,
Ilusões, por este mundo, tem para todo gosto,
Quem não controla emoções na dor fica exposto!

Será que não existe uma solução para este caso?
A lógica, a razão e o bom senso, dizem que sim!
Somente, as ilusões... nos proporciona o atraso,
Tudo acaba como se já começasse no vero fim!

Mas, o que fazer com essa libido descontrolada?
A psicologia não encontra uma solução adequada!
A carne é fraca, porém... mais forte é Ele: Jesus,
Aquele que, por nossos pecados, morreu na cruz!

" - Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida,
Ninguém vai ao Pai, senão por Mim!"
Então, minha filha, amada e querida:
Mude sua história, e comece um novo fim!

Ofertório:
A chama das emoções que crepita em nossas almas,
É como fogo-fátuo da decomposição dos defeitos,
Que evola-se no ar clareando os nossos traumas,
Que nós não vemos no fim dos túneis estreitos! 

Palavras da salvação: 
" - Eu, venci o mundo." 
" Vós sois deuses, podeis fazer mais do que Eu faço." 
" Orai e vigiai para não cairdes em tentações."
" E, quando estiverdes orando, perdoai."
" E Ele lhe disse:Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz."

- As almas vazias, embalde reclamam a felicidade, que acha que o mundo e as pessoas lhes devem... 
Nos empreendimentos e necessidades de seu caminho, confia em Jesus, procurando entender seu Evangelho de amor e luz...
Não se isole nas negatividades e nos desprezos daqueles que mais ama, pois, Jesus, pode tudo, porém, ninguém poderá fazer por você - o que lhe compete - sem a sua fé!

Itanhaém, 23 de abril DE 2016

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo Jardim )

Do que fiz e do que restou

Vou levar da vida o que restou das minhas experiências,
minhas conquistas deixarei de lado, nem quero vê-las,
quero é mesmo, somente, agora... esquecê-las!
Tudo que tenho... resume-se a nada,
nem ouro, nem prata e nem bronze,
Nem horizonte na minha estrada!

Meu barco... já adernou,
não aguentou a tormenta,
Mas... minha alma tenta,
viver - meio sem vontade...

A fruta doce, caída do pé, ao chão,
é igual ao caminho por onde vou...
assim, é a vereda da minha solidão!

Lágrimas caem dos meus olhos no manto da noite que se aproxima,
Lembro-me daquela mulher que amei... aquela adolescente menina!
Já não tenho a gula dos apetitosos, que se banqueteiam à toda hora,
e meus sonhos são fantasmas que me assombram na noite, a retina!

Ora, direis! " Que sou pessimista e outros pejorativos de destruição!"
Não te condeno e nem te recrimino, afinal, acho que tens razão:
Ser niilista - por algum tempo - até que é muito salutar,
esta é uma das intersecções... do verbo amar!

Nem tudo na vida são flores, pois, no jardim tem muitos espinhos,
tem borboletas, larvas, pragas, beija-flores... e outros passarinhos,
Desta maneira - é a nossa vida cotidiana - cheia de altos e baixos,
Por isso é que procuro fazer comparações nos meus encaixos!

Às vezes, acho que ela me ama - disso quero me convencer - e digo,
o quanto a amo, mesmo meu coração estando em frangalhos e ruínas,
parece ser esta minha única sina, nesta lida, cheia de surpresas e perigo,
Acho que é através da dor do que fiz e do que restou: Que tu me ensinas!

Tempo:
Tempo de renovar, transformar a hora que passou... em um só segundo:
" - Construindo masmorras ao vício e templos à virtude, na Escola da Luz,
matando toda e qualquer vaidade... e sendo, mais tolerante, neste mundo!"
Assim apregoava Salomão, todos os Profetas e o maior dos Mestres: Jesus!
Por esta razão, é que do que fiz e do que restou, as minhas saudades vivas,
são migalhas espalhadas no espelho da vida, suscitando várias prerrogativas!

Itanhaém, 23 de abril de 2016

Josae Aloísio Jardim   ( Sêo Jardim )





sexta-feira, 22 de abril de 2016

Antes de morrer ( Tomo II )

Antes de morrer queria tomar sorvete de "fruit de la passion",
E depois, sair por aí, sem saber para onde ir, bem calmamente,
E parar num desses " bares da vida"... ao som de um acordeon,
E após - sentir na minha alma, a brisa do mar, assim, de repente!

Antes de morrer, queria que você me olhasse como da primeira vez,
Pois, eu olharei para você, quando jovem, vi seus olhos brilhantes,
E fiquei ansiando o seu amor - na esperança do amor que se fez...
Caminhamos juntos: Fomos amigos, companheiros e amantes!

Hoje, pouco resta de mim em seu coração: Talvez... lembranças,
De dias bons e ruins, de lutas renhidas sem fim... quimeras,
Do rescaldo da idealização de expectativas e esperanças...

No final da vida que se esvai... não há mais primaveras!
Eu queria ser calmo, não sentir medo e ser um homem forte:
Mas, de que adianta tudo isso... se o que me espera é a morte?

Oferta:
Comum à todos os mortais, é o conhecimento do segredo final,
Atravessando os umbrais da morte no anexim do ser ou não ser,
Um dia, estaremos juntos... zerando toda a nossa ficha criminal!
Porém, uma coisa lhe digo: Quero o seu beijo... antes de morrer!

Itanhaém, 21 de abril de 2016

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo Jardim )




















quarta-feira, 20 de abril de 2016

Passo a passo

Pedras lembram construções...
Espinhos lembram rosas...
Consciência reparação...
Amor nos lembra de Deus...
Deus nos lembra de amor...
Amor ao próximo,
Construindo moradas
Na eternidade...
Pedras, espinhos e amor:
Tudo faz parte da vida,
Mas, depende muito
De como vamos utilizar
Cada um em nossas existências:
Pedras atiradas...
Espinhos para ferir...
Amor para odiar...
Aí, se manifesta Deus,
Para nos perdoar...
E a consciência,
Para nos condenar,
Pelo uso inconsequente,
Do nosso livre-arbítrio:
Tudo... passo a passo!

Itanhaém, 20 de abril de 2016

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo Jardim )

Aflições ocultas da alma

Não te precipites no lodo da censura,
Abençoas a todos.. que te procura,
A bênção da calma em nós mesmos,
Nos impede de andar a sós e a esmo..

Não silencies diante dos companheiros infelizes,
Caminham - todos - presos às ilusões da existência,
Suas auras tem as cores... de todos os matizes,
Estacionadas no sub mundo da própria consciência!

Por tantas vezes, caminha o homem, perdido a ver,
Na quimera da fortuna... que não consegue aquilatar,
Pela dor de sua alma... por ter feito alguém sofrer,
Pela aquisição indébita, que esfogueia seu caminhar!

Quem busca a fuga de si próprio pelos atos cometidos,
São trânsfugas das Leis eternas do amor de Deus,
São mendigos do perdão pelos feitos doloridos,
Recolhendo o fruto... da solidão dos ateus!

Oculta no peito um vaso cheio do fel de lagrimas sentidas,
As mulheres, trajadas de cetim, nas festas e comemorações:
Não sabem que direção dar às consequências de suas vidas!

Portanto, quanto puderes, não critiques e não apedrejes ninguém,
Todos nós somos, viajores da eternidade, carentes de veras afeições,
E a gente, só recebe aquilo que dá... na medida exata daquilo que tem!

Oferta:
Aflições ocultas, todos temos, escondidas dentro de nossa alma,
Somos iguais, em grau, número e gênero, necessitando de auxílio,
Mas, quando aflora o egoísmo, orgulho e vaidade... vem o trauma:
Somos, então, arrebatados para o umbral - por um tempo - em exílio!


Uma homenagem aos trabalhadores e aprendizes, dos ensinamentos das obras da Codificação de Allan Kardec, e aos meus diletos companheiros de jornada - na Seara Espírita Reluz.

Itanhaém, 20 de abril de 2016

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo Jardim )




21 de abril: Dia de tiradentes

Joaquim Jose da Silva Xavier: Inconfidente sem igual,
Revoltado... com a cobrança de impostos fiscais,
Sob o domínio e exploração da Corte de Portugal,
Morreu como único mártir dos Dragões de Minas Gerais!

Poetas, advogados e outros tantos inconfidentes mineiros,
Queriam, apenas, a independência do nosso amado Brasil,
Esse sentimento civil de liberdade, de todos os brasileiros:
O "quinto e a derrama", causavam revoltas no céu de anil!


Tudo estava caminhando conforme os planos traçados,
Mas, infelizmente, havia no meio, disfarçado, o traidor:
Só Tiradentes foi condenado, e os demais - degredados,
Curtindo no estalar do látego a inconfidência da sua dor!

O sonho da República independente... um dia amanheceu,
Na ânsia do povo sofrido e espezinhado, pelos portugueses,
Tudo valeu a pena na liberdade pequena - que o povo sofreu,
Para que possamos sorrir - outros precisam chorar... às vezes!

Tudo nesta vida tem uma razão de ser... a morte não é o fim,
Somos parte da Lei do carma, hoje algoz, amanhã sacrificado!
Quem julga, condena e  mata, colhe só espinhos no seu jardim,

O dia 21 de abril é - aos inconfidentes, totalmente, dedicado,
Mas, foi D Maria I " A louca", em 1792, no Largo da Lampadosa,
Quem mandou enforcar Tiradentes... de maneira cruel e impiedosa!

Ofertório:
Quem não tem a piedade no coração... condena, à revelia, o seu irmão!
Time:
Como não render uma homenagem justa à esse mártir da Inconfidência Mineira, cujo crime foi o de querer a libertação do Brasil do guante da colônia portuguesa?
Seus algozes não tiveram piedade, porém, o carrasco que o enforcou, pediu-lhe perdão, dizendo que cumpria a Lei...  e as ordens de seus senhores!
" - Homens que fazem a diferença morrem por sua crença! Assim, foi Jesus Cristo, que, também, era inocente!"

Itanhaém 20 de abril de 2016

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo Jardim )

sábado, 16 de abril de 2016

Redemoinho da vida

Tempestades pela vida a fora,
Roda o vento de norte a sul,
O que devemos,
Fazer agora?
Se o céu era límpido e azul?

Roda o vento,
Roda a maré,
Quebrando toda a natureza,
Quebra, também,
A nossa fé,
Da nossa alma na profundeza!

Sobra pouco do que se foi:
Restos confusos,
Restos mortais,
Restos de amores,
Restos iguais...

Flores na correnteza,
Troncos carunchados,
Restos de vida,
Restos de sonhos,
Todos eles arrastados!


Restos de tudo,
Rolando, rolando,
Em um redemoinho
Sem fim,
Meu coração ajunta tudo,
E amontoa,
Junto com restos de mim...

Itanhaém, 16 de abr de 2016

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo )



ASCENÇÃO

Se eu tivesse uma alma pura,
Daria a alguém de alma impura,
Mas, a minha alma é sombria,
No ébano da noite e na claridade do dia...
Nos meus sonhos sou pássaro liberto,
Das dores do mundo que a liberdade extingue!
Sou um ponto de interrogação, por certo,
Para que o ponto final - desta vida - se vingue!

Meu silêncio é o abandono da luta inglória,
Onde sepulto a palavra que fere, contumaz,
Os inocentes "tuaregues" da minha história...
Meu canto não canta o passado,
Nem os amores... que em minha alma jaz!
Sou, na verdade, um encantador de serpentes,
Que será picado pela peçonha do animal,
Cujo destino é dar o bote mortal...

Nasci com pecados - e pecados pela vida contraí,
Minha luta, foi fugir de todos eles como covarde,
Porém - vencê-los - foi a minha salvação... senti,
Na pele, a dor da solidão! Ah, ainda não é tarde!
Não me importa dormir ao relento!
Não me importa ficar sozinho!
Só me resta esperar a morte, a anulação,
De todas as coisas, para iniciar uma vida nova!

E assim, neste tempo, que se esvai para todos,
Espero ter modelado todos os meus defeitos,
Da alma, que não passa de uma alma,
Que se transforma e se dissolve:
Ascendendo para Deus!

Itanhaém,16 de abr de 2016

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo )



quarta-feira, 13 de abril de 2016

Fragmentos do cotidiano

Pode ser grande a dor da separação, daquele amor que idealizamos, mas, a vida é uma separação constante, haja vista, quando nossos filhos se vão em busca de novos horizontes, pelo trabalho, pela constituição de um novo lar ou pela decisão de viver suas próprias vidas, com as escolhas que lhes aprouver ao livre arbítrio...
Por, isso, não devemos estacionar nossa alma na vaga da dor e do desespero, pois, a nossas energias acabam por nos transformar em vitimas e algozes de nós mesmos, nos charcos de nossos pensamentos negativos, que acabam por nos levar à depressão e à "menos valia" de nossos valores, intrínsecos, do espirito imortal...
Afinidade e amor, entre duas almas, é compromisso com a vida em harmonia, mas, às vezes, as uniões fracassam, pela cegueira de nossos desejos, focados no ter em detrimento do ser e da doação de si, sem esperar recompensas, emocionais, na coabitação...
É preciso construir uma nova estrada, para novas metas e objetivos, pois, as flores só florescem na estação e no tempo certo, porém, na estação do inverno, a semente e a flora verdejante, aguardam o despertar da primavera para nos oferecer o espetáculo da vida, perfumes e flores de vários matizes, assim, é que deve ser o nosso coração e a nossa alma, em expectativa de dias melhores, de novas afinidades e novos amores e novas amizades... 
Esqueçamos os sentimentalismos, as picuinhas, os melindres, os ressentimentos, as mágoas, a raiva, o rancor, o ódio e o desamor... esse esquecimento só serve para nos fortalecer a terra ressecada pelas dores e desilusões, essas feridas que sangram e parecem não ter cura...
Uma separação, seja ela qual for, não é o fim... e sim, o começo de uma nova vida, onde o ponto de interrogação do passado é o mesmo do presente, e será, também, o do futuro, pois, os desafios são de cunho evolutivo individual, não dependendo de ninguém... a não ser de nós mesmos...
Tudo passa nesta lida, pois, ela é dinâmica e não estática! E muita gente estaciona, inutilmente, nas dores emocionais, onde acabamos perdendo valiosas oportunidades de amar e servir ao próximo, nas palavras de Jesus: " Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros!"
A nossa reconstrução íntima, são fragmentos do cotidiano e, uma coisa só tem valor errôneo, quando conferimos ao objeto, o seu devido preço, segundo a nossa ótica e necessidade imediatista, materialista e egoísta...
Os amores se vão! As amizades se vão! Os filhos se vão! E nós ficamos órfãos, pois, perdemos aqueles que amávamos! É a lei da vida...
Pessoas amadas entram em nossa vida e, algum dia, simplesmente, se vão... e nos obrigam a tomar atitudes e decidir o que fazer daqui em diante, e ficamos, muitas vezes, como "barata tonta", sem entender, porque nos negamos a compreender a simplicidade do dia a dia, nos seus múltiplos feitos e efeitos, pois, qualquer relacionamento, nos ensinam lições doces e amargas, e precisamos aceitar o óbvio  e inexorável, separando o joio do trigo, ou seja, as coisas boas e as más, aproveitando as lições, para sermos melhores, colocando tudo em prática, e agradecendo as pessoas que passaram por nossos caminhos, curtiram, visualizaram e compartilharam os fragmentos do cotidiano...
Encerro, deixando uma mensagem de otimismo:
" Sejamos como as folhas envelhecidas, que caem das árvores no tempo certo... e deixemos que os nossos sentimentos negativos - de dor e desilusão - se soltem de nossos corações,  suavemente..."

Itanhaém, 14 de abr. de 2016

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo Jardim )

Da construção de um amor que anoiteceu

Minha gata angorá mais parece,
Um bico do mato: Um porco espinho,
Pois, do teu amor meu coração carece,
Da tua atenção, do teu amor e do teu carinho!

Tem dia que teu julgamento é cruel,
Acordas na noite e vem logo falando,
" Precisamos conversar e tirar esse véu,
Da nossa relação que esta quase acabando!"

Surpreso me senti por esta tua decisão,
Tremi na base, pois, por esta não esperava,
E tuas frias palavras, me abalaram o coração,
Agora sei que só eu te amei e tu não me amava!

Aceito! A tua vontade, eu vou respeitar!
Prometo te dar a tão sonhada liberdade!
Tudo farei - e te darei tudo que desejar,
Para ter desta vida, outra oportunidade!

Agora - faço as perguntas - que não querem calar,
Será que foi o ciúme ou o meu pérfido egoísmo,
De achar, que era teu dono... dizendo te amar?
Sem resposta, em meu silêncio, agora, cismo!

Ninguém é de ninguém... isso, é um fato!
A gente só é de alguém se tem afinidade,
Se for o contrário... parece assassinato:
Do amor, do carinho e da felicidade!

Hoje, entendo o porque de tudo se acabar,
Do que restou da minha vida em tua vida:
É que, vivemos juntos, sem compartilhar,
Razão pela qual, és livre, minha querida!

Itanhaém, 13 de abril de 2016

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo Jardim )




quinta-feira, 7 de abril de 2016

Treinamento para morrer

                                                       ( Repeteco a pedidos... )

Parece-lhe, o título, uma indagação e uma conversa atravessada, dessas sem pé nem cabeça, mas, na verdade não o é, pois, quem viverá, eternamente, neste orbe de dores e de prantos? Creio que, ninguém!
E como deveria ser o treinamento de uma pessoa para essa incógnita, desde que o mundo é mundo?
Não creio ser fácil tal missão ou incumbência, que venha de religiosos ou agnósticos...
As religiões, de um modo geral, permanecem atadas ao superficialismo ou ao fanatismo de seus conceitos e dogmas insofismáveis, nos fazendo crer nas benesses do paraíso com um simples perdão dos nossos mais escabrosos atos e fatos, cometidos pela sã consciência do nosso livre arbítrio...
Somos a maldade em carne e osso, cheios de preconceitos, intolerantes, desalmados e beligerantes, então, como vamos treinar nosso espírito para a grande viagem e das surpresas que virão, no descerramento de nosso corpo à sepultura, quando a vida se fará em realidades inesperadas?...
A cristalização do nosso desamor ao próximo, é como um látego tiranizante a nos ferir a alma imortal, mas, podemos nos livrar, enquanto é tempo, desse azorrague que nos pertence por efeito e direito... eis aqui, algumas competências habilidades, que podem ser adquiridas e exercitadas:
a ) Renove seu costume alimentar, evitando ao máximo comer carnes vermelhas, pois, o cemitério na barriga costuma ser um padecimento perispiritual a nos causar muito desconforto quando morto!
b) A bebida alcoólica, mesmo que, socialmente ingerida, causa dependência psicofísica no além túmulo, nos transformando em dependentes etílicos de seus efeitos nos vales das sombras.
c ) A nicotina, contida nos cigarros e derivados, constituem, também, angústias e dores inimagináveis, em demora acrônica nos vales dos tabagistas ou fumódromos do além.
d ) Não seja sovina, usurário, "mão de vaca", nem relegue suas posses aos cofres sem utilidade humanística. Distribua com critério o que lhe sobra.
e ) Não se apegue aos filhos, ao cônjuge, aos amigos e parentela consanguínea... apenas, ame-os com moderação e desapego, pois, ninguém é de ninguém, e na vida tudo passa e, na sua ausência, tomarão atitudes diversas, em desacordo com a sua vontade, embora respeitem a sua memória e sintam saudades, mas, é só isso, pois, o esquecimento é um dom de Deus aos que ficamos órfãos das emoções a das presenças queridas, um dia.
f ) Se você tem uma religião, viva de acordo com a fé que abraçou, e não esqueça que tem maior responsabilidade aquele que conhece e já entende o amor entre os semelhantes.
g ) Faça o bem sem alhar a quem, pois, Deus está vendo o que tem no seu coração, e lembre-se, sempre, que tem muita gente que não gosta de você, portanto, não crie ilusões e expectativas inúteis.
h ) O serviço no bem é porta aberta para a paz de espírito.
i ) O trabalho com que labuta no dia a dia, para ganhar o sustento de sua vida, é oportunidade de crescimento espiritual, dissolvendo nossas mágoas e ressentimentos somatizados e adoecidos.
j ) Bem, de que adianta ficar indagando e se cansando nas perguntas, se tem as respostas dentro de si mesmo? 
A morte é uma realidade, que, mais dia menos dia, virá nos visitar com sua foice afiada na nossa própria vida e na nossa estrada... que construímos com nossos pensamentos, palavras e obras!
O amor, a caridade e o bem, faz parte do nosso treinamento para morrer! Só assim, a vitória estará garantida... e nossas competências e habilidades bem sucedidas!

Itanhaém, 07 de abr de 2016

Jose Aloísio jardim   ( Sêo Jardim )

A greve e o grevista ativista

Saiu de casa bem cedo e foi para a manifestação,
Levou algumas guloseimas... e até refrigerante,
Mas, não esqueceu de esconder o seu rojão,
Na mochila, estava sua índole beligerante!

A contenda e o confronto foi o sempre desejou,
As cores, pouco se lhe importava nessa briga,
Era um descontente... e para isso se armou,
Apontou seu "foguete" para uma barriga!

Mas, o destino, à vezes, é nós quem o fazemos,
Pois, sem dó nem piedade, acendeu seu artefato,
Apontou sem direção - na sua intenção o seu ato!

Nossos atos são frutos do coração que nós temos,
O tiro incerto tinha um alvo, por ele, premeditado:
E na tv viu seu pai, morto, pelo rojão, espedaçado!

Oferta:
A greve é um ato justo por algo que é nosso direito,
Deve ser pacífica... sem incitar ao crime de morte,
A violência, é do ser humano, um grande defeito,
Para ser tolerante - tem que ser corajoso e forte!

Itanhaém, 07 de abr de 2006

Jose Aloísio Jardim   ( Sêo Jardim )


" - Meu filho, dizia um pai...

... Quando você era pequeno e não conseguia andar, engatinhando pela casa, muitas vezes tive que trocar as suas fraldas, levantar seu corpinho franzino, para que não se machucasse e segurar em suas mãozinhas, pequeninas, para iniciar a caminhada, que tanto almejava no seu desejo de andar e conquistar o espaço restrito de nossos cômodos, no aconchego do nosso lar...
Tropeçava, inúmeras vezes, no tapete da sala e caia com o rosto no chão, com pequenas escoriações... e lá vinhamos nós, seu pai e sua mãe, acudir, abraçar e beijar, como a criança indefesa e necessitada de apoio, para ser sustentada no despertar de seus anseios de andar pra lá e pra cá...
Suas pernas, sem a força do crescimento natural, não tinham segurança no caminho que, tropegamente, desejava..
Quando seu corpo, doente, precisava de atenção, debruçávamos sobre ele com remédios e mingaus, ( receitas de alguma vovó que amava seus netos... ) para que se restabelecesse das doenças, próprias da infância que o acometia, contumaz...
Meu filho, sem me alongar em uma dialética empírica, deixo, aqui, minhas impressões para o futuro, quando você não mais precisar de amparo e proteção, mas, lembre-se desses tempos da sua meninice, e tenha amor e compreensão, quando eu e sua mãe, não pudermos mais ser as pessoas cheias de vida e voltarmos a ser criança, como você, um dia, o foi...
E as maiores recompensas que poderá nos dar, deixo-as elencadas:
Lembre-se, que voltaremos a ser crianças e vamos precisar de você...
Se a gente não telefonar, telefone prá gente, pois, esquecemos as coisas mais simples e as mais importantes da vida...
É uma grande alegria sua compreensão, seu amor e um pouco do seu tempo, nas visitas de rotina... E se por ventura, tropeçarmos no tapete da sala, não ria de nós... a vida é um moto-contínuo e algum dia, queira Deus, alcance a velhice, que se avinha de nossas cãs, que teimam em aparecer, apesar das tinturas que os encobrem..."

Teu pai  ( autor conhecido )

Itanhaém, 07 de abril de 2016
Jose Aloísio Jardim    ( Sêo Jardim )