Quando, nas horas de intimo desgosto, a decepção espreitar teu coração, não te magoes pela ofensa sofrida, pois ela faz parte da vida como reflexo do passado, incrustada na tua alma, cheia de esperança de dias melhores e de felicidade sem fim, isso, faz parte das tuas metas de amar e servir ao próximo, quando aceitastes a cruz da tua redenção, tal qual o Mestre, um dia, aceitou a Dele por amor à humanidade...
A calunia, o sentimento de ódio e raiva, que as pessoas sentem de nós, são advindos dos refolhos da alma de prístinas eras onde fomos, certamente, o causador da dor ou da dívida, que ensombram o nosso espirito imortal que, um dia, defrontaremos frente a frente, nas arenas da existência deste orbe de dores e aflições, prantos e ranger de dentes, pela compulsoriedade das provas... acertando débitos contraídos pelos sentimentos e emoções "roubadas" de nossas vítimas, sem dó nem piedade e que, agora, temos a chance e a oportunidade da redenção, através do amor e do perdão, pelas ofensas que, nem sequer entendemos o como e o porque... ainda bem, que Deus nos brindou com o esquecimento do nosso pretérito, cuja ações, talvez, não suportássemos a minima lembrança... O acerto de contas esta no perdão, amor e oração em prol de nossos "algozes" e "inimigos" do presente, que se nos apresentam "de graça..." como chance de reabilitação - basta aproveitar a chance, conjugando o verbo amar, incondicionalmente, no presente: Não há outro caminho, quer dizer, há, mas, não convém ao cristão, ainda mais se formos seguidores da Doutrina do Codificador...
Rebuscando a obviedade:
Sei que a tarde é mansa, o coração está cheio de esperança... e no reino do céu só se entra se formos iguais às crianças, de mente o coração puro como as água cristalinas, que desce das matas sobre as campinas...
Sejamos como as flores, que exalam o seu perfume nas noites cálidas, cheias de vaga-lumes, sem ficarem manchadas pelo pó das estradas...
A decepção que espreita a gente vem, sorrateiramente, das pessoas que mais amamos, que temos simpatia ou mais gostamos - é o ciclo do aprendizado do amar e não ser amado, amar pelo prazer de amar e o amor poder sublimar...
E tudo passa, com graça ou sem graça, mas, tudo passa.
Observemos:
Uma árvore vestida de flores de mil matizes...
Um gato que passa, lentamente...
Um cachorro, alegremente, correndo atras do seu próprio rabo...
Um passarinho, feliz, fazendo o seu ninho...
Um rio correndo para abraçar o mar...
O sol nascendo e aquecendo a vida ao amanhecer...
A lua despontando, tímida, cúmplice dos enamorados ao entardecer...
Um vestido de noiva sobre a alcova - sonhos de nubentes...
Manhãs de agosto em dias de inverno...
Sonhos de primavera em noites de verão...
Uma roseira em flor "falando" de amor...
Coruja piando no silêncio da noite...
Tudo é vibração e harmonia, mas, a palavra falada não volta atras...
O mal feito não é direito...
A oportunidade perdida - é erro na vida e nova dor e a ser vivida...
Digamos que, temos a eternidade como chance de reabilitação, porém, o tempo é agora, senão, depois a gente chora, as lagrimas do coração, pelo cadinho da transição!
Como dizia Jesus: " - Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perseguem e caluniam..."
Amar os nossos inimigos, fazer o bem e emprestar sem nada esperar, aos que são ingratos e maus...
Se o amor ao próximo é o princípio da Caridade, amar os inimigos é a sua aplicação sublime, porque essa virtude constitui uma das maiores vitorias conquistadas sobre o egoísmo e o orgulho.
A decepção que espreita a gente, é a palavra mal dita, eivada de sentimento que não compreendemos, por quem nos condena, sem antes ter nos ouvido e nem depois querendo nos escutar...
Só Jesus na causa!
Itanhaém, 01 de set de 2017
Jose Aloísio Jardim ( Sêo Jardim )
Jose Aloísio Jardim ( Sêo Jardim )