Jesus nunca nos pediu a genuflexão, sacramentos, mortificações, rituais, pensamentos hegemônicos e muito menos a pureza de uma doutrina cristã, mas, sim, a capacidade de amar os semelhantes diferentes em todos os viés possíveis... união nos ideais é a tônica do amor incondicional.
A história se repete nos seus desvios contumazes de poder e domínio das massas religiosas. Parece que nunca aprendemos a lição do Meigo Nazareno, que nos ensinou o amor ao próximo como profilaxia de cura das doenças do espirito e do corpo... ninguém é dono de nada, tudo nos é oferecido, para que administremos os talentos em prol do nosso irmão de jornada terrena, apenas, isso, no ciclo da vida cósmica, ensejando novos caminhos na vereda do amor fraternal e na consciência de cada um, ligando a verdade à essência divina que é o amor.
A rigidez hierárquica, ( de qualquer religião cristã ) ditando regras, posturas, tolhendo as opiniões contrárias de pensar e criticar, terá como consequência a dispersão do rebanho, pois, a razão não é irmã siamesa da tolerância e, quem aceitar ser guiado, será tão responsável pela abdicação de ser submetido, como um carneirinho, que segue de cabeça baixa, no meio de homens falíveis, por esta razão, também, é preciso expor dúvidas, dizendo o que se pensa, sem ofensa...
É o orgulho e o medo, que nos impede de sermos verdadeiros e transparentes... nos apavora a ideia de pensar o que os "outros" vão pensar e, dentro dos grupos religiosos, como em todos os demais grupos de todos os viés, sentimo-nos protegidos, até que o mesmo se deteriore e fiquemos como barco à deriva, pois, nada é para sempre, e tudo com o tempo se esvai, como fumaça, exceto, as palavras de Jesus, que nos ensina a amar ao próximo como a nós mesmos.
A autoridade ( religiosa ou não ) não é chancela para a verdade. Só o amor e a fraternidade, sem fronteiras, é o passaporte para nossas vidas, depois da morte!
Falta-nos coragem, para reagir ao que não concordamos na religião que professamos, em relação a decisões e rumos a que somos submetidos, como se fossem verdades eternas e insofismáveis, pelo medo de sermos acusados, perder amizades, cargos, respeito e sermos descriminados...
Podemos dizer, sem medo de errar, que vivemos sob o guante de uma hipnose mental coletiva, que é difícil de escapar, mas, não é impossível...
O que é importante, para essas instituições de "fachada" são os números: Números de atendimentos, arrecadação da moeda sonante, fidelização, cestas básicas distribuídas, enfim, números para tudo... porém, o número mais importante é o do amor ao próximo, verdadeiramente, distribuído pela nossa espontânea doação... de dentro do nosso coração!
Vivemos na ilusão da aceitação sem questionamentos, diferente do apregoa a máxima kardecista sobre a crença e a fé: " Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade!" Há, portanto, fé de mais e fé de menos: " Where we are?"
Aceitamos os ditames das religiões, sem questionar, mais por culpa no "cartório" da nossa consciência, do que por amor fraternal legítimo.
Nos nossos pensamentos, que ninguém vê e nem sabe, bailam as forças do interesse pessoal, que nós disfarçamos, seguindo o que não concordamos, mas, que enganamos a nós mesmos...
Faz-se, urgente, que nos libertemos do jugo da ilusão e do medo, reparando todo o mal com amor e caridade constante, hoje e sempre.
A religião, acaba por ser uma "capa perfeita", para esconder nossos defeitos, quando fingimos e não seguimos, fielmente, as palavras do Evangelho de Jesus.
As casas espíritas não estão erradas, mas, sim, os abusos e arbitrariedades, os desmandos e os mandos nefandos...
Para a organização de um Centro espírita, é necessário o bom andamento da rotina - que nunca é uma rotina - haja vista, as "surpresas", que as forças do mal promovem, aos missionários sinceros, na seara do bem.
A identidade de uma Casa do Caminho, deverá estar embasada na coerência, fidelidade e limites filosóficos, que o seu corpo doutrinário definiu, através dos mentores e do evangelho de Jesus, para que não sofra a dispersão e o fim da obra Crística, no orbe em que vivemos...
Os velhos hábitos religiosos, que engalanaram a igreja de Pedro, devem ser abolidos pelos cristãos da atualidade, neste planeta em transição, que poderá nos conduzir aos tormentos dos vales das trevas e ao umbral das reparações dolorosas...
Não fiquemos na indecisão da mudança de paradigmas: A coragem só é maior do que o medo, quando se tem fé!
Mudemos, se preciso for, sendo servos do amor, do auxilio e não do exílio de nossos colaboradores, servir sem dominar, sem impor e ditar regras absurdas, como soe acontecer... Servir! Servir! Servir e passar... sem querer comandar! O único Mestre é Jesus!
Itanhaém, 30 de nov de 2015
José Aloísio Jardim ( Sêo Jardim )