BEATRIZ : MINHA NETINHA!
Minha netinha Beatriz, tem a
beleza das flores que vicejam na primavera…
Com seus cabelos cacheados, cor
de ouro, e seus olhos de um azul celeste que encanta qualquer um que mire em
seu olhar curioso e pesquisador das surpresas da vida, pois, tudo para ela, é,
surpreendentemente, novidade… Será?
Quando vem nos visitar é um
alvoroço que dá gosto… Corre pela casa com uma alegria que a todos nos contagia,
sobe a rampa da entrada de nossa casa de praia, e cái… E quando corro para “salvá-la”,
diz, cândidamente: “ – Vovô, estou caindo de madula…” E se levanta, com aquele
ar de felicidade de quem acaba de realizar uma proeza…
Às vêzes, quero pegá-la no colo e
ela me diz: “ A Bia num qué!…” E não há quem faça ficar nos meus braços, e
quando me acostumo com sua ausência, ela vem, de mansinho, e fala:“ – Vovô, a
Bia qué passeá…” Abrindo seus braçinhos aveludados e com aquele sorriso, angèlicamente,
irresistível…
Sempre que ela chega, traz
consigo todas as alegrias do mundo, e quando vai embora, leva de volta todas
essas mesmas alegrias, deixando uma saudade danada, no espaço de nossa casa,
sem ela, tristemente, vazia…
Cismo, comigo mesmo, que a Bia é
uma “anja” colecionadora de alegrias, que guarda em algum lugar, quando as
compartilhamos, coletivamente, e as leva, somadas com as nossas, para revê-las,
quando sentir saudade da gente, ao lado de seus pais… Em sua casa, lá em
Valinhos!
TRES QUARTETOS E UM DUETO PARA BEATRIZ
Estás, sempre, em minha
lembrança,
E na tua imagem minha dor se
acalma,
Neste teu geito de carinhosa
criança,
Trazendo a paz à minha solitária
alma.
Às vêzes, sentada em meus
joelhos,
Como se estivesse pedindo
conselhos,
E teus olhos claros, timidamente,
brilha,
Como se ela fosse, realmente,
minha filha…
À noite, quando o cansaço em teu
corpo avança,
Vejo minha filha, junto dela,
exausta e adormecida,
Abraçadas, como se estivesse
pedindo que tua vida,
Seja livre de todo o mal: Este é
teu desejo e esperança…
Arcanjos, querubins e serafins a
protejem como se fosse uma rainha,
Mas ela, na verdade, é um anjo,
que nasceu para ser:
Minha doce netinha!…
Vô coluja
J.A. Jardim ( Sêo Jardim )